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2023-03-08

Turismo da raia rende pouco. Precisa de «promoção agressiva» em Badajoz, Cáceres e Mérida

 
A prioridade consta da agenda do único candidato que até agora se apresentou à liderança da Entidade Regional de Turismo (ERT) do Alentejo e Ribatejo. José Manuel Santos quer lançar no terreno uma estratégia de comunicação habilitada a promover os concelhos da raia alentejana nas cidades espanholas da Estremadura, alertando tratar-se de um mercado que «ainda não está rentabilizado» 
 
TEXTO l Roberto Dores
 
   «Temos trabalho para fazer no turismo transfronteiriço, porque nos falta explorar a linha da raia», assume José Manuel Santos, secretário-geral da ERT desde 2008, reconhecendo que a Agência Regional de Promoção Turística tem uma estratégia para o mercado espanhol, mas a realidade transfronteiriça «é diferente» e necessita de um «plano específico».

   Escutemos o candidato às eleições de Junho: «Alguns autarcas contam-me que nas alturas dos eventos há picos de afluxo de turistas a esses concelhos. E aí eu precisava de ter uma estratégia de comunicação na zona raiana, junto de Badajoz, Cáceres e Mérida. E não há», atesta, defendendo a aposta numa promoção «muito mais agressiva de uma semana ou um mês».

   Ainda assim, há boas perspectivas na calha, perante um recente anúncio dos governos de Portugal e Espanha que contemplam a «sustentabilidade transfronteiriça para o turismo». 

   Um indicador, enfatiza José Manuel Santos, de que os próprios governos «já perceberam que é preciso fazer um zoom e olhar para a zona de fronteira, também no turismo, com maior agressividade».


José Manuel Santos falava ao Sul Ibérico durante a Bolsa de Turismo de Lisboa (BTL), ao lado do número dois da sua lista, Pedro Beato
 
   E quanto à estratégia para a região? José Manuel Santos dá exemplos práticos na procura de «destinos turísticos robustos, que fazem tanta falta ao Alentejo», destaca, colocando a promoção em rede das várias valências como uma espécie de denominador comum. Vamos a um tema que ganhou expressão nos últimos anos: praias fluviais em redor de Alqueva. Já são cinco entre o Alandroal, Reguengos de Monsaraz, Portel (2) e Mourão.

   «Cada um dos municípios fez uma aposta em tempos e calendários distintos. Mas uma das minhas propostas é fazer uma estratégia de comunicação integrada das praias, vendendo-as como um produto turístico integrado», referiu, colocando as estações náuticas como infra-estruturas aliadas deste processo.

   O candidato sugere, por exemplo, a elaboração de brochuras integradas das praias do Interior do Alentejo, podendo a Tour Operação pegar nisso e elaborar roteiros à volta da região, vendendo as praias, mas também o património cultural e gastronómico.

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