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Porque é que os golfinhos de Tróia se chamam «roazes-corvineiros»?


   São a grande atracção entre a Reserva Natural do Estuário do Sado, a Costa de Tróia e o Parque Marinho Professor Luiz Saldanha. Vinte e sete golfinhos nadam livres. Coral, o mais novo, tem dois anos. Ligeiro, Hook e Raíz, os anciões, têm quarenta anos. Descendem de uma colónia que já teve mais de cem golfinhos. Mas porque será que esta espécie é conhecida por «roaz-corvineiro»?   
   
   Eis a explicação. O nome de roaz-corvineiro foi-lhes dado pelos pescadores, pelo facto dos golfinhos algumas vezes lhes roerem as redes na tentativa de lhes roubarem os peixes presos nas suas malhas. Se roem, são roazes. E porquê «corvineiros». Porque um dos seus alimentos preferidos é, precisamente, a corvina.  

   Isto apesar da alimentação do roaz consistir numa grande variedade de peixes (tainhas, carapaus, sardinhas, anchovas, enguias, etc.) cefalópodes (chocos e lulas) e alguns crustáceos. Apesar de ser generalista e oportunista, com a capacidade de adaptar a sua dieta à disponibilidade de presas, pode, consoante a área geográfica, apresentar um conjunto de presas preferenciais.

   Também por isso a população de roazes-corvineiros permanece e procria nestas águas junto a Tróia, levando em conta que o estuário é rico em vida marinha, como mostram os estudos científicos. «São animais que comem muito e que aqui encontram o que precisam», refere a bióloga Raquel Gaspar - que há largos anos estuda esta população de golfinhos - admitindo que a comunidade já por ali habita há muito tempo. «Talvez desde a passagem dos romanos por Tróia», admite a especialista.

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